14/01/2013

Idas e Vindas

Oies e olás pessoas.

Depois de muito tempo, cá estou  mais uma vez... Em mais uma das minhas idas e vindas da vida.

Há dias estou com uma sensação estranhamente familiar...
Aquela vontade louca de escrever, de colocar no papel (ou no blog) os pensamentos disconexos que passam pela minha cabeça... Uma verdadeira enxurrada de emoções, dúvidas, certezas, que não sei como definir (como nunca sei, afinal).
E hoje, quando finalmente consegui identificar isso, fui incentivada por duas grandes amigas, a Melanie e a Bethania a deixar fluir (mas afinal, como é que eu não pensei nisso antes, se é o que sempre fiz? Deixar fluir...).

O ano começou com muitas certezas físicas. Mas, ao mesmo tempo, começou com muitas incertezas espirituais.

Não existe nenhuma dúvida que a Umbanda é realmente meu caminho. Assim, como não há nenhuma dúvida que a Bruxaria também o é. O que me resta fazer, é unir ambos. Mas, como fazer isso é a grande dúvida!

Não sei se, com o passar do tempo, minha fé saiu fortalecida ou enfraquecida.
Me vejo anos atrás, onde lidar com magia, nada mais era do que lidar com os meus mais profundos sentimentos, onde respostas vinham em ventos, brisas e tempestades. Me vejo ha anos, quando meu mais profundo pranto era refletido na mais suave garoa, como se os céus chorassem comigo minhas perdas e desilusões.

Vejo a fé que eu conquistei, mudando a cor de metais, e a falta dela, partindo objetos ao meio.

E me pergunto hoje se sou digna disso tudo, me pergunto se sou merecedora, se sou digna do amor e da confiança dos Deuses.
E me lembro de tantos anos atras de sentir a presença deles em um ritual, de ouvir seus passos na areia, de vê-los.
Ah Deusa... Minha Deusa... Minha mãe, minha amiga, minha irmã, minha confidente... Jamais conseguiria, nem em um milhão de eras esquecer seu rosto sereno sorrindo prá mim como quem conhece profundamente minha alma, meu coração. Jamais poderia esquecer seus braços ao meu redor, me protegendo nos momentos mais angustiantes como quem acolhe um filho no colo quando este tem um pesadelo terrível.

O amor ficou... A fé também. Mas me pergunto se ainda sou capaz.
Me pergunto (o tempo todo) perguntas sem palavras, perguntas que não podem ser traduzidas pois são compostas de avalanches de sentimentos avassaladoras. Mas, por vezes, sinto que essas perguntas não vêm do meu coração. Ele sabe o caminho a seguir. Ele sempre soube! Mas minha cabeça está extremamente confusa.

Sinto que a resposta definitiva está próxima. Uma resposta irrefrutável do meu caminho, uma resposta tão clara e objetiva quanto as que eu conseguia enxergar nos ventos que mudavam de direção no meio de um ritual.

Mas, ao mesmo tempo, não sei por onde começar. Minha cabeça não sabe por onde começar. Sinto falta do transe fácil, sinto falta de não pensar em nada, apenas sentir. Sinto falta e não sei como reconquistar isso.

E, como costumo dizer, o post segue... Cheio de idas e vindas... Sem muito nexo... Desconexo e Conexo ao mesmo tempo.

Memórias de um passado há muito esquecido vivas como se fossem o presente. Um passado que me fez quem eu sou, uma boa ou má menina-mulher? Quem poderia julgar? Eu? Você que me lê? Quem?

Me questiono muito por meus "métodos" serem diferentes. Porque? Porque somente faz sentido se for diferente? Porque minha fé está no diferente? No que é intuído? No que não se aprende em livros e nem em palavras passadas através de gerações? Porque tem que ser tudo criado e recriado conforme a minha vontade? Essas perguntas, minha cabeça não consegue solucionar. Ao mesmo tempo que, uma voz doce e suave sussurra aos meus ouvidos que a resposta está justamente na minha vontade, está justamente na minha intuição e que, intuição não vem ao acaso. Intuição é aquilo que permeia cada um de nós, habitantes deste plano e de todos os outros.

Mas, ainda assim, me questiono.
Apesar de ter "carta branca", apesar de saber como fazer, me sinto uma estranha neste mundo. Quando questionada, não sei dar as respostas (e, nem ao menos sei se quero dar alguma resposta a alguém. Afinal, a quem devo responder? A quem devo explicações do que eu faço ou deixo de fazer?)

Sinto que tenho uma importante missão a cumprir. Mas como? Por onde começar? E porque isso tudo não veio com um manual de instruções?

E aí, eu volto ao ponto inicial: FÉ! Fé... Alguém viu a que eu tinha em mim mesma e perdi em algumas curvas do caminho?
Alguém tem o remédio prá saudade que eu sinto de casa? Minha casa, meu lar...
Um lugar com brados de bravos caboclos, girar do laço de um querido pai. Risada de Exu...
Alguém sabe como curar essa saudade? Minha casa, meu lar... Um chão ao qual eu não mais pertenço e ainda assim, sofro dia a dia com a saudade. Um lugar onde eu aprendi algumas das mais valiosas lições que essa vida poderia ter me dado. Um lugar marcado no meu corpo e no meu espírito com amor, carinho, esperança e bondade.

E onde isso tudo se encontra? Onde Umbanda e Magia se encontram?
Uma é a outra e a outra é uma. Sem rodeios, sem floreios. Vontades perfeitas que enchem do mais puro amor corações perfeitos.
Médiuns que, ao pisar no terreiro, deixam sua identidade do lado de fora e passam a ser irmãos de uma única corrente vibrando paz, amor, saúde e harmonia.
Bruxos que, ao fechar um círculo mágico, também deixam sua identidade prá trás e passam a vibrar, com vontades e corações perfeitos, em uma mesma vontade, em um mesmo objetivo. Seja para seu próprio bem, para o bem de outrém ou para o bem coletivo.

Então, eu mais uma vez pergunto: Qual a diferença? Porque um não pode ser o outro e o outro não pode ser um?

E eu sinto saudades... Saudades imensas... Imensuráveis... Saudade que dói, que machuca, que faz seguir em frente. Mas, ao mesmo tempo, eu penso em desistir de tudo. Colocar as mãos em frente ao rosto e me esconder de tudo e de todos. Fingir que eu não ouço e não sinto tudo o que estou sentindo. Fingir que minha respiração curta e peito apertado não são reais (porque afinal, é normal ser assim, né? Posso fingir que sou normal? Só um pouquinho... Por uns 50 ou 100 anos, talvez...). E, quando eu estou quase desistindo de tudo, vem aquela voz suave e me lembra dos motivos que me fizeram chegar até aqui. Então, eu ergo a cabeça, junto meus pedaços leprosos caídos pelo chão e sigo em frente.

Simplesmente sigo em frente.
Sem saber onde essa estrada vai dar, sem saber o que esse caminho irá me mostrar. Só sigo em frente... Mas, sempre carrego comigo a esperança de encontrar, lá no fim da estrada, meu velho lar.

Beijokinhas

Um comentário:

  1. Seu post segue... Cheio de idas e "vidas"...

    Só discordo de uma coisa: De buscar seu velho lar, de buscar o chão caseiro, o cheiro conhecido, porque o caminho já está traçado e sair é uma consequência de ter entrado. Não se pode entrar numa escola e lá permanecer pelo resto da vida, mesmo que ela seja tão quente, humana e fofa como um útero materno. A escola só nos dá a projeção da vida. Agora é andar...

    Lindo texto!

    Beijos eternos.

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